quinta-feira, 18 de março de 2010




JARDIM DA CRIAÇÂO




Adaptação de uma peça já existente que explica com a linguagem infantil porque foi necessário Jesus morrer em nosso lugar.  
Os personagens são animais, duas crianças. Jesus e Deus são representados por jardineiros.
(Entra em cena o narrador cumprimentando as crianças)


NARRADOR – Vou contar uma história para vocês. Era uma vez um jardim muito lindo, o mais bonito do mundo inteiro. Esse jardim era especial. Tinha árvores especiais. Árvores de chocolate (puxa uma árvore pequena da caixa), árvore de pizza (puxa a árvore) e de algodão doce. Nele passavam rios de refrigerante (tira latinhas de refri da caixa). Esse jardim era muito bem cuidado por isso era o mais gostoso. Que delícia! Esse jardim era habitado por muitos bichos, bichos que eram mansos (puxa bichos de papel da caixa). O leão, o elefante, a onça.... Tinha também a dona gata e a dona cigarra (entram as duas) o rato e o bicho preguiça (entram os dois). Todos viviam em perfeita harmonia. Um dia entraram duas crianças no jardim.
(As crianças entram no jardim maravilhado)
MENINO - Puxa que legal! Quanta coisa gostosa! Olhe uma árvore de chiclete!
MENINA – Ali tem um monte de balinhas. Ai eu quero!! Que delícia!
MENINO – Vamos comer de tudo um pouquinho?
MENINA – Será que podemos?
MENINO – Será que esse jardim tem um dono?
(Entra um homem vestido de jardineiro)
JARDINEIRO – Tem sim crianças. Eu sou o dono de tudo isso. Eu cuido desse jardim com muito carinho.
MENINO – Desculpa senhor, nós só estávamos olhando.
MENINA – É, a gente já estava até indo embora.
JARDINEIRO – Não crianças! Não se preocupem! Esse jardim foi feito para vocês. Comam de tudo, só não comam daquela árvore ali. Ela está no meio do jardim. Estão vendo? É uma árvore diferente. Quem come dela acaba amarrado e preso por causa da própria desobediência. Mas tirando ela vocês podem comer de tudo.
(Crianças, Deus e os animais ficam brincando no fundo)
NARRADOR – O jardineiro e as crianças se tornaram grandes amigos. Todos os dias brincavam um pouco e passavam muito tempo conversando e rindo. Mas existia também uma bruxa. Essa bruxa não gostava do jardineiro. Ela sabia o quanto o jardineiro amava as crianças e queria separar os três para ver o jardineiro triste.
(Deus e os animais saem e as crianças ficam brincando sozinhas)
BRUXA– Vejam que surpresa mais agradável! Que crianças mais bonitinhas. O que vocês fazem por aqui?
MENINA – A gente estava só passando...
MENINO – O jardineiro disse que tudo isso aqui foi feito para nós.
MENINA – Quase tudo. Desta árvore aqui a gente não pode.
MENINO – Ih! Eu já ia me esquecendo. Dessa árvore nós não podemos comer.
BRUXA– Não podem? Que jardineiro mais egoísta! Aposto que ele quer essa árvore só para ele. Vejam crianças, como esses doces são bonitos e parecem ser muito saborosos. Devem estar uma delícia! Comam crianças um doce só. O jardineiro nem está vendo., aproveitem enquanto eu estou aqui para ajudá-los. Se eu o vir chegando dou logo um grito e vocês se escondem . Não demorem muito, como logo vamos, vamos. Não percam tempo pensando.
MENINA – Eu não agüento mais, vou pegar só um. Vou dar só uma lambidinha. Vem menino, vem comigo.
(Enquanto as crianças mordem o doce, o bruxo amarra as duas com uma corda)
BRUXA – Gostaram do doce crianças? Agora vocês estão amarrados e presos não podem mais brincar! Há,há,há! Eu consegui, eu consegui! Agora o jardineiro vai ficar muito triste! Eu venci! Eu venci!!!
NARRADOR – Que tristeza, as criança ficaram amarradas por causa da desobediência. Essa acorda aperta muito, muito. Ela aperta até quem estiver presa nela ficar sem ar.
DEUS – Crianças! Onde estão vocês?
MENINO – Estamos aqui! Estamos com muita vergonha! (chorando)
MENINA – Nós desobedecemos ao senhor. Comemos da árvore do meio do jardim. Foi a bruxa quem mandou!
MENINO – E eu comi porque essa menina me ofereceu.
JARDINEIRO – Crianças! Eu estou muito triste. Vocês me desobedeceram e ficarão presos até não conseguir mais respirar. Esse é o preço da desobediência. Mas eu já estou preparando um plano para libertá-las.
(Sai o jardineiro)
NARRADOR – As crianças ficaram muito assustadas porque a corda apertava muito. Amarrados eles não podiam mais brincar com o jardineiro.
MENINO – Tive uma idéia vamos pedir ajuda para os animais do jardim. Dona gata! Dona gata!! Socorro!!
GATA – Miau.... o que vocês fizeram?
MENINA – A gente comeu o doce que não era para comer. Tire essa corda da gente dona gata.
GATA – Eu gosto de cordas. Tenho um monte delas, mas são de lã. Já sei! Eu vou pegar a minha corda, vou amarrar aqui, puxar ali, dou uma volta e outra volta. Aí eu vou conseguir desamarrá-los. Não pode ser tão difícil.
(Gata enrola a corda de lã nos dois)
MENINO – Ai dona gata. Você está nos enrolando mais e mais. Tá apertado.
MENINA – Essa corda dói...
GATA – Crianças eu tentei desamarrá-los, mas essa corda é muito forte. Eu nunca brinquei com uma corda igual. Só com cordas de lã. Desculpem-me... Não posso ajudá-los.
(Crianças choram alto)
MENINA – Bicho preguiça! Acorda bicho preguiça! BICHO PREGUIÇA!!!
BICHO PRE.. – O que foi? Quem me acordou?
MENINO – Fomos nós. Estamos presos nessas cordas. Elas apertam. A gente não pode brincar. Não estamos nos sentindo bem. Ajude-nos.
BICHO PRE.. – Quando eu me sinto mal, preso eu.....
MENINA – Eu o quê? Acorda bicho preguiça!
BICHO PRE.. – Eu durmo que tudo fica bem depois.
MENINO – Vale a pena tentar. Vamos dormir.
(Alguns segundos depois)
MENINA – Menininho, a corda continua do mesmo jeito. Você está dormindo?
MENINO – Quem consegue dormir com o ronco desse bicho? Ai.... o que vamos fazer? Vamos chamar a dona Cigarra. Cigarra! Dona Cigarra.
(Entra a Dona Cigarra aquecendo a voz com um som irritante)
CIGARRA – Mi mi mi mi, lá lá lá lá... Olá crianças! Aprendi uma música. Ela é assim: “A barata diz que tem sete saias de filó, é mentira da barata ela tem é uma só rá rá rá rô rô rô ela tem é uma só. O cravo brigou com a rosa debaixo de uma sacada...
MENINA – Dona Cigarra, que músicas estranhas. Mas não importa agora. Estamos presos, essas cordas são apertadas e nós queremos brincar com o jardineiro.
CIGARRA – Meus queridos, quem canta seus males espantam. Quando eu canto tudo fica bem, fica mais alegre, mais leve, mais solto...
MENINO – Solto? É isso que nós precisamos! Soltar-nos! É só cantar? Então tá.
CIGARRA – Então me acompanhem. Lá lá lá lá, mi mi mi... Atirei o pau no gato, mas o gato não morreu...
GATA – Miau, quem atirou o pau no gato? Foi você dona cigarra? Atirou o pau no gato? Vai atirar em mim também, é?
(Gata corre atrás da cigarra)
MENINA – Dona cigarra, dona gata se acalmem! Ninguém atirou pau nenhum no gato! É só uma música!
GATA – Não gostei!! Miau...
CIGARRA – Você desafinou a minha voz....
MENINO – Dona cigarra tire essa corda da gente.
CIGARRA – Bom, eu conheço uma música ela é assim... Ciranda cirandinha vamos todos cirandar vamos dar a meia volta...
(Cigarra canta a música girando as crianças conforme a música)
MENINA – Chega Dona Cigarra! Além de presos agora estamos tontos. Muito obrigada mas não está adiantando.
MENINO – RATO, RATO!!
(Entra o rato correndo)
RATO – Pois não, alguém me chamou?
MENINO – Estamos presos. Tire essas cordas da gente.
RATO – Quantas cordas!! Quantas cordas! Isso é coisa da gata, não é? Ela gosta de cordas! Pronto tirei a corda.
MENINA – Não Rato, essas são as cordas da gata. Falta essa corda..
RATO – Crianças essas cordas são grossas demais. Já sei eu e o Bicho Preguiça vai puxar de um lado e a Cigarra e a Gata do outro lado. Assim vocês vão sair daí. Acorda bicho preguiça temos que ajudar as crianças.
(A cigarra e a gata puxam os braços do menino e o bicho e o rato puxam os braços da menina. Na hora que eles puxam o bicho preguiça dorme e a gata e a cigarra caem no chão.)
RATO – Impossível. Vocês desobedeceram agora vão ter que se acostumar com a corda. A gente não vai conseguir, não é mesmo bicho preguiça?... Bom, se ele estivesse acordado ele concordaria.
GATA – Sentimos muito crianças. Foi muito bom o tempo que brincamos juntos.
CIGARRA – Eu vou embora, mas eu vou cantando. O rato não lava o pé, não lava porque não quer...
RATO – Ei, quem não lava é o sapo, tá?
(Os animais saem de cena. E crianças choram muito. Entra o jardineiro)
JARDINEIRO – Oi, crianças! Eu já terminei o meu plano para libertá-las. Eu amo muito vocês e não quero que fiquem presas para sempre. Por isso, eu trouxe meu filho, meu único filho para ficar no lugar de vocês.
(Entra o filho do jardineiro)
NARRADOR – O filho do jardineiro amava muito as crianças também. Ele não queria que as crianças ficassem presas e amarradas naquelas cordas. Ele amarrou em si mesmo as cordas que amarravam as crianças para que elas pudessem ser livres para brincar com o jardineiro.
(As crianças se alegram no início, mas depois se entristecem ao verem que o filho do jardineiro agora está preso pela corda.)
MENINO E MENINA – Mas ele não fez nada para estar preso daquela maneira.. Nós é que pecamos, te desobedecemos. Ele não fez nada!
JARDINEIRO – Vocês pecaram, e todo pecado tem um preço. Como você não tem como pagar pelo pecado que cometeu, meu filho ficará no lugar de vocês e pagará o preço com a própria vida.
(As crianças saem com o jardineiro, e o filho fica no centro sem conseguir respirar, sendo apertado pelas cordas até cair morto no chão.)
(A bruxa aparece para ver o que está acontecendo e fica alegre com a cena.)
(Uma música bem alegre começa a tocar e o filho do jardineiro se levanta. Joga fora as cordas. As crianças entram com o jardineiro e abraçam o jardineiro.)
MENINO – Você foi mais forte que as cordas!
MENINA – Você conseguiu arrebentar as cordas pela gente! A gente nunca conseguiria fazer o que você fez. Muito obrigada.
(Os três se abraçam)
FILHO DO JARDINEIRO – O bruxo está vindo. Você já sabe o que fazer né?
MENINO E MENINA – Sabemos.
BRUXO – Como assim? Ele está vivo? E as cordas? Crianças você não querem mais uma mordida, não?
MENINO E MENINA – Sai pra lá bruxo!!!
(Crianças empurram o bruxo. Voltam e saem abraçados com o jardineiro e com o filho)



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