segunda-feira, 29 de março de 2010


A NOITE DA VERDADE



(PARA O DIA DOS PAIS)

PEÇA EM UM ATO
Personagens: Paulo, o pai. Etel, a mãe. Marcos, o filho
Cenário – Uma sala de residência
Indumentárias – Comuns, da época atual.
Acessórios – Uma Bíblia, óculos, algodão e mercúrio para curativos.
Obs.: No inicio da peça, Paulo está em cena sentado, lendo a sua Bíblia e fazendo algumas anotações. Em seguida entra Etel.
Etel – Vou servir almoço daqui a pouco, Paulo.
Paulo – Está bem, estou quase terminando este esboço
Etel – Você irá pregar amanhã à noite?
Paulo – Não, pela manhã no programa especial para o dia dos pais.
Obs.: Etel parece entristerce-se, e anda de um lado pra o outro, Paulo percebe seu nervosismo, levanta-se, em boca de cena, passa o braço ao redor do ombro da esposa.
Paulo – E então Etel, o que há?
Etel – Penso o quanto deve ser difícil pra você falar aos pais de nossa igreja, tendo um filho tão... Problemático.
Paulo – Você tem razão, só mesmo pela infinita misericórdia de Deus.
Etel – Marcos me preocupa, saindo com aquela turma onde não há um só rapaz ajuizado.
Obs.: Entra Marcos, o filho.
Marcos – Aposto que estão falando a meu respeito.
Paulo – Você sabe que temos razões de sobra pra ficarmos preocupados com você.
Marcos – Rindo- ora meu pai, é que hoje em dia já não fazemos programas tão ingênuos quanto os de sua época.
Paulo – E o que fazem então? Fumar, beber, depredar tudo como verdadeiros vândalos? Diga-me Marcos, o que fez de seus estudos?
Marcos – Mamãe ainda não lhe disse? Tranquei a matricula.
Paulo – E por quê?
Marcos – Sem jeito – por que... Sei lá, acho que ainda não estou bem certo se a medicina é mesmo uma boa carreira.
Paulo – E o que vai fazer da sua vida?
Marcos – aproveitá-la meu pai, da melhor maneira possível.
Etel – Bem, eu vou cuidar do jantar (sai)
Marcos – Eu já estou de saída. O pessoal está à minha espera.
Paulo – Você irá à Igreja amanhã, Marcos?
Obs.: Marcos, repetindo o riso.
Marcos – Igreja! Bem... Poder ser, se eu não estivesse com muito sono.
Paulo – Cuidado, filho. Os caminhos que a juventude escolhe, nem sempre são os melhores.
Marcos – Revoltado: cuidado, cuidado! O senhor pensa que ainda sou um menino, pai? Sou um homem! Quer saber mais? Cuide de sua vida pacata de pregador de Igreja, e eu cuido da minha, entendeu? (sai)
Obs.: Paulo sentando-se muito triste.
Paulo – Meu Deus, que situação difícil eu entrego em Tua Mãos Senhor! Que o meu filho possa abrir os olhos para a verdade. Amém. (sai)
Narração - E Marcos foi juntar-se àqueles que considerava seus melhores amigos – os piores rapazes do bairro. Esquecido da família e da existência de Deus divertia-se à larga sem dar importância a mais nada que não fosse aquela noite, que parecia ser feita para festa e alegria.
Obs. - Marcos entra correndo pela porta que dá para a rua, com o rosto parecendo ferido, gritando!
Marcos - Meu pai! Por favor, papai, precisa falar-lhe!
Obs. - Paulo entra pela porta lateral maior, trazendo os óculos e a Bíblia na mão.
Paulo – O que foi Marcos? Mais o que aconteceu com o seu rosto?
Marcos – Tocando o rosto ferido (nervoso) – creio que estou machucado. Puxa pai, foi horrível.
Etel – Entrando – o que houve filho? (assusta-se)... Mas você está ferido!
Marcos – Não se preocupe mãe. Eu... Acho que mereci o que aconteceu.
Paulo – Abraçando o filho – e o que aconteceu, Marcos?
Marcos – O Senhor tinha razão, como sempre o Senhor tinha razão; foi o seguinte: Estavas-nos todos bebendo no bar e, de repente começou uma discussão boba. Lucio então resolveu sair quebrando tudo, copos, garrafas... Como um louco. Creio que na confusão feriu gravemente o dono do bar. Alguém chamou a policia e...
Paulo – E você conseguiu escapar, não foi?
Marcos – Mas eu não tive culpa de nada!
Etel – E como provar agora que não teve culpa?
Marcos – Todos viram que foi o Lucio quem começou tudo...
Paulo – Mas você estava junto e poderá ser incriminado também, não acha?
Marcos – Meio amedrontado – não poderá fazer nada contra mim.
Etel – Eu vou buscar algo para fazer um curativo. (sai)
Paulo – Meu filho, um homem é reconhecido pelo o que faz e pelas companhias com quem anda. Diante da lei você terá de provar que está inocente e eu não poderei fazer nada.
Obs. – Marcos andando nervosamente de um lado para o outro, como acuado.
Marcos – Mas você é um homem muito respeitado. É um médico, pai!
Paulo – Ainda esta noite você não considerava tão importante ser um médico...
Marcos – Eu estava errado, pai. O Senhor me perdoa?
Paulo – É claro Marcos. Mais ainda assim terá que prestar contas com a justiça, se andou agindo errado.
Marcos – Estive errado andando em companhia deles. Agora sei quem realmente são.
Paulo – Acha que os rapazes da igreja, que você considera tão piegas, agiriam assim?
Marcos – Não, sei que não... Eu irei a igreja amanhã.
Paulo – Amanhã não teremos culto na igreja. É programa especial.
Obs. – Etel entra com o material de curativos...
Etel – Amanhã é dia dos pais Marcos.
Marcos – Dia dos pais? Puxa, eu tinha esquecido!
Paulo – Não importa você já deu o presente: a sua decisão de mudar de vida.
Etel – Limpando o rosto do filho: lembra-se de quando foi diretor de sociabilidade em nossa igreja, filho? Nunca esteve tão feliz naquela época.
Marcos – Fazendo uma careta de dor: cuidado mãe está doendo. Você acha que a mocidade me elegeria outra vez?
Etel – Sei que ficarão alegres com a sua volta.
Marcos – Nova careta: mãe devagar está doendo.
Paulo – Rindo: não reclame, Marcos. Você já não é mais um menino, é um homem. Lembre-se!
Marcos – Depois de submeter-se ao curativo, abraça o pai: tem razão pai, sou um homem.
(cena em estático: pai e filhos abraçados, e Etel rindo, ao lado, olhando o curativo no rosto de Marcos)
Narração – E no domingo, na festa do dia dos pais, Paulo falou animadamente do imenso amor de Deus e que quanto Ele ouve as orações de todos os pais que entregam em sua Santas mãos.
Obs. – As três personagens movimentam-se e podem cantar uma musica especial em homenagem aos pais.

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